quinta-feira, 30 de abril de 2009

De Moisés ao Chocolate - Parte 2

Tá, eu sei que eu não cumpri a minha promessa de não abandonar o Blog novamente, mas sabe quando você pega vários livros para ler e fica empolgado? Então... =)

Mas continuando onde eu havia parado, por mais que já tenha passado duas semanas depois da Páscoa, acho que tenho que terminar o que eu comecei, né? rsrs...

O chocolate vem sido usado como bebida desde o começo de sua história. O registro mais antigo do uso de chocolate data de muitos séculos atrás. Em Novembro de 2007, arqueólogos encontraram vestígios da mais antiga plantação de cacau numa região de Puerto Escondido, em Honduras, que data de 1100 a 1400 a.C. Os resíduos encontrados e o tipo de recipiente em que estavam indicam que o uso do cacau não era apenas como bebida, mas que a parte branca que envolve os grãos de cacau era usada como fonte de açúcares fermentáveis para uma bebida alcoólica. A civilização maia cultivava o cacau em seus quintais e usavam as sementes para fazer uma bebida amarga. Documentos a respeito dos hieróglifos maias dizem que o chocolate era usado para fins cerimoniais assim como no cotidiano. Os resíduos de chocolate numa peça de cerâmica maia de Rio Azul, na Guatemala, sugerem que os maias já bebiam chocolate por volta do ano 400 d.C. No Novo Mundo, o chocolate era consumido numa bebida amarga chamada xocoatl (do náuatle xococ = amargo + atl = água), e era geralmente temperada com baunilha e pimenta. O xocoatl, acreditava-se, combatia o cansaço.

O chocolate também era um bem luxuoso e importante na América Central pré-colombiana, e os grãos de cacau eram usados como moeda. Povos europeus e da América do Sul vêm usando o chocolate para o tratamento de diarréia há centenas de anos. Todas as áreas conquistadas pelos astecas eram obrigadas a plantar cacau e pagar um imposto em grãos.

Até o século XVI, os europeus nunca tinham ouvido falar da popular bebida dos povos das Américas do Sul e Central. Inclusive, acredita-se que Cristóvão Colombo (à esquerda, em encontro com os astecas) foi o primeiro europeu a experimentar o chocolate. Não foi até a conquista dos astecas pelos espanhóis que o chocolate passou a ser importado pela Europa, onde rapidamente se tornou um favorito da corte. Para acompanhar a alta demanda da nova bebida, o exército espanhol começou a cultivar o cacau em plantações onde trabalhavam escravos nativos. Mesmo após a produção do cacau se tornar algo comum, apenas a realeza e os ricos podiam se dar ao luxo de consumir essa cara importação. Logo, os espanhóis passaram a cultivar o cacau em plantações, usando mão-de-obra africana escravizada para administrá-las. A situação era outra na Inglaterra: qualquer um com dinheiro poderia comprar o chocolate. A primeira chocolataria de Londres foi inaugurada em 1657. Em 1689, o famoso médico e colecionador Hans Sloane desenvolveu uma bebida de leite com chocolate na Jamaica que foi inicialmente usada por boticários, mas mais tarde vendida para os irmãos Cadbury.

Por centenas de anos, o processo de fabricação do chocolate permaneceu o mesmo. Quando a Revolução Industrial chegou, muitas mudanças ocorreram e trouxeram o alimento para a forma em que o conhecemos hoje. No século XVIII, máquinas de espremer manteiga de cacau foram criadas. Isso ajudava a fazer um chocolate mais consistente e durável. A partir daí, o consumo do chocolate foi popularizado e espalhado pelo mundo todo.

Apesar de o chocolate ser geralmente consumido por prazer, há alguns efeitos positivos para a saúde na ingestão do alimento. O cacau ou o chocolate amargo, por exemplo, são benéficos para o sistema circulatório. Outros efeitos incluem as propriedades anticancerígenas, estimulantes cerebrais e a capacidade de curar diarréias. E eu que achava que era ao contrário! Pelo menos quando eu era criança minha mãe nunca deixou eu comer chocolate quando eu estava com dor de barriga!

Por outro lado, ingerir grandes quantidades de alimentos altamente energéticos, tais como o chocolate, aumenta o risco de obesidade. Há uma preocupação a respeito de casos de envenenamento leve por chumbo através do consumo de alguns tipos de chocolate.

Um estudo da BBC indicou que um chocolate derretendo na boca de uma pessoa causa um aumento na atividade cerebral e nos batimentos cardíacos que é mais intenso do que o associado a beijos apaixonados, e que duravam quatro vezes mais tempo após o término na atividade. Daí vem à fama de também ser afrodisíaco.

Entre benefícios à saúde e contaminações químicas, rsrs, existem diversos tipos de chocolate:

Chocolate preto – Deve conter no mínimo 35% de cacau segundo as normas européias.

Chocolate branco – Feito com manteiga de cacau, leite, açúcar e lecitina, podendo ser acrescentados aromas.

Chocolate ao leite – A massa de cacau é substituída em parte por leite em pó ou leite, contendo no mínimo 25% de cacau, resultando um sabor mais adocicado.

Chocolate amargo – 70% de cacau no mínimo.

Chocolate meio-amargo – 50% de cacau no mínimo.

Chocolate em pó – Trata-se da amêndoa de cacau ralada e destituída da manteiga de cacau.

Achocolatado – Processo de fabricação semelhante ao chocolate em pó, porém, é acrescentado leite e açúcar.

Segue aqui uma receita que eu achei na internet de como fazer chocolate em casa. Ainda não testei, até porque é meio difícil de achar cacau! rsrs... Mas aí está caso alguém queira se arriscar:

- Quebre o fruto, retire as amêndoas e coloque para secar ao sol sobre um encerado plástico ou lona. Estando completamente secas e sem umidade separe um 1 kg das amêndoas de cacau numa assadeira ou panela, leve ao fogo para torrar mexendo constantemente com uma colher-de-pau. Aperte as amêndoas entre os dedos para observar se a casca sai facilmente. Se assim for, apague o fogo e descasque todo o cacau torrado.

- Passe todas as amêndoas em uma máquina de moer carne ou cereais. Acrescente à massa obtida 1 litro de leite e 1 Kg de açúcar. Bata no liquidificador e peneire.

- Leve ao fogo mexendo sem parar com uma colher-de-pau, até a massa soltar da panela. Se deixar passar desse ponto ele vai virar chocolate em pó.

- Despeje o chocolate numa assadeira untada com manteiga deixando mornar, em seguida cortar as barras.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Só pra descontrair! ;) - Páscoa - 2


Só pra descontrair! ;) - Páscoa


De Moisés ao Chocolate - Parte 1

Sei muito bem que a Páscoa foi ontem, mas, novamente, estive meio ausente do computador e também passei uns dias pegando umas fontes boas para escrever essa postagem sobre a Páscoa. Como é um Blog sobre gastronomia, logicamente meu objetivo aqui é falar do chocolate, mas acho que seria interessante esclarecer algumas dúvidas sobre este feriado que provavelmente fora criado por um dentista. rsrs...

Para entendermos a Páscoa, feriado cristão, vamos, sinteticamente, buscar sua origem na festa judaica de mesmo nome. O ritual da Páscoa judaica é apresentado no livro do Êxodo. Por essa festa, a mais importante do calendário judaico, o povo celebra o fato histórico de sua libertação da escravidão do Egito acontecido há 3.275 anos, cujo protagonista principal desse evento foi Moisés no comando de seu povo pelo Mar Vermelho e Deserto do Sinai.

O evento ÊXODO/SINAI compreende a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto e a aliança no monte Sinai (sintetizado nos dez mandamentos dado a Moisés). De evento histórico se torna evento de fé. A passagem do mar vermelho foi lembrada como Páscoa e ficou como um marco na história do povo hebreu. Nos anos seguintes ela sempre foi comemorada com um rito todo particular.

Todo ano, na noite de lua cheia de primavera (por isso que a Páscoa não tem dia certo, podendo acontecer entre o dia 22 de março e 24 de abril), os hebreus celebravam a Páscoa, com o sacrifício de cordeiro e o uso dos pães azemos (sem fermentos), conforme a ordem recebida por Moisés. Era uma vigília para lembrar a saída do Egito, forma pela qual tal fato era passado de geração em geração.

Essa celebração ganhou também dimensão futura com o passar do tempo. E quando novamente dominados por estrangeiros, celebravam a Páscoa lembrando o passado, mas pensando no futuro, com esperança de uma nova libertação, última e definitiva, quando toda escravidão seria vencida, e haveria o começo de um mundo novo há muito tempo prometido.

Já na Páscoa Cristã, Jesus oferecendo seu corpo e sangue assume o duplo sentido da páscoa judaica: sentido de libertação e de aliança. E ao celebrar a Páscoa, Ele institui a NOVA PÁSCOA, a Páscoa da libertação total do mal, do pecado e da morte numa aliança de amor de Deus com a humanidade.

A nova Páscoa não era uma libertação política do poder dos romanos, como os judeus esperavam. Poucos entenderam que o Reino de Deus transcende o aspecto político, histórico e geográfico.

Hoje, ao celebrarmos a Páscoa, não o fazemos com sacrifício do cordeiro e alimentando-nos com pães sem fermento, pois Cristo se deu em sacrifício uma vez por todas, como cordeiro pascal, como prova e para nos libertar de tudo aquilo que nos oprime.

Então recapitulando, Moisés, judeus, cordeiro,..., onde é que entra um ovo aí no meio? Até porque cordeiros não botam ovos nem eu nunca vi um cordeiro de chocolate! Então por que raios de um coelho que entrega ovos de chocolate para as crianças?

Pois bem, para começar, a tradição do coelho da Páscoa foi trazida para as Américas pelos imigrantes alemães no século 18. O coelho visitava as crianças e escondiam os ovinhos para que elas os procurassem.

No antigo Egito o coelho simbolizava o nascimento, a vida. Em outros pontos da terra era símbolo da fertilidade, pelo grande número de filhotes que nasciam. Eles também têm a ver com a vida, mas à abundância da vida, inesgotável, de se multiplicar sem se esgotar. E qual a relação disso com a Páscoa? Cristo, para o cristianismo, é essa Vida Nova, inesgotável e abundante.

Já no caso dos ovos, na antigüidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e dá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.

Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.

Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.

De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por desabrochar. E por que ser de chocolate? Simples: A união do útil ao agradável. O símbolo da páscoa com sabor de chocolate, o que não deixa de ser uma criação e um costume capitalista para a obtenção de lucros com este feriado, afinal, antes comer chocolate do que casca de ovo, não é?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Este frio tá pedindo...

Para comemorar o frio, ou melhor, o calor indo embora, rsrs, uma receita que combina bastante com o clima: Sopa de abóbora com croutons de queijo parmesão. Muito simples de se fazer e relativamente barata!

Para fazer a sopa:

- 400 g de abóbora moranga
- 3 dentes de alho amassados
- 1/2 cebola cortada em cubinhos
- Azeite
- 150 ml de caldo de legumes
- Urucum (Açafrão da Índia)
- Sal e pimenta do reino a gosto

Descasque a abóbora e corte-a em cubos. Em uma panela de pressão coloque o azeite, junte os alhos amassados e a cebola em cubinhos e deixe dourar. Acrescente uma pitada de urucum, sal, pimenta e refogue a abóbora.

Ponha aproximadamente 600 ml de água e o caldo de legumes, feche a panela e deixe cozinhar por 20 minutos. Desligue o fogo. Bata o conteudo com o mixer ou o liquidificador até obter um creme homogêneo.

Volte este creme ao fogo por mais 5 minutos para engrossar. Se ficar muito grosso, acrescente um pouco de água ou leite e corrija o sal.

Sirva com um fio de azeite, queijo parmesão e croutons.

Para fazer os croutons:

- Fatias de pão de forma ou outro pão da sua preferência
- Azeite
- Queijo parmesão ralado
- Ervas à escolha

Tempere o queijo parmesão ralado com as ervas picadas. Molhe levemente as fatias de pão no azeite e passe no queijo parmesão ralado.

Aqueça a frigideira, coloque algumas gotas de azeite e passe o papel toalha para tira a umidade. Toste o pão ate que ele apresente uma textura crocante.

Dicas:

- Este procedimento pode ser realizado no forno também.

- Você pode deixar o pão inteiro ou picá-lo em cubinhos. Se fizer isso, passe novamente na frigideira após picados somente para tostar os lados.

- Para deixar os croutons com uma aparência rústica, retire a casca das fatias do pão de forma com as mãos.


Para variar, vou ficar devendo fotos do que eu mesmo preparei, mas ficam estas fotos aí que peguei na internet para improvisar!

Bem, espero que gostem da receita. Bom apetite! =)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Um pouquinho de teoria.

Hoje fui me encontrar com um amigo que estudava comigo desde os nossos 7 anos de idade, Fellipe, para tirarmos uns documentos e aproveitamos para colocar a conversa em dia. Ele cursa Gastronomia pela ABAGA na UNIRIO, então acaba que mais da metade do nosso assunto acaba sendo sobre comida e Cia! rsrs... Quando tivemos a oportunidade de sentar, ele me mostrou um livro que tinha comprado por indicação do seu professor. O livro se chama “Técnicas de Cozinha Profissional”, escrito pela Chef Mariana Sebess (abaixo), diretora do Instituto Internacional de Artes Culinárias Mausi Sebess, de Buenos Aires, e publicado pela editora SENAC. Então fui passando folha por folha do livro e lendo o que me parecia ser o principal.

O livro se destaca por ser direcionado desde a profissionais da cozinha como a amantes da gastronomia e por mostrar passo a passo, com gravuras em cada um, as técnicas de cocção, cortes, preparos de sopas, caldos, molhos, massas, etc., além de ser um excelente material de estudo teórico a prática dessas atividades e diversas receitas. É importante citar também que o livro adapta técnicas da cozinha internacional e seus respectivos utensílios aos ingredientes brasileiros, adaptação esta feita pelo Chef Renato Freire, da Confeitaria Colombo, Rio de Janeiro.

O livro divide 352 páginas em 14 capítulos bem especificados em suas funções. A meu ver, é o tipo de material essencial para quem está começando, e como já disse, para quem aprecia a gastronomia e deseja adequar diversas técnicas no preparo de seus pratos.

O preço gira em torno de R$85,00 a R$100,00, mas com uma boa procura você pode encontrá-lo em promoção por R$69,00! Existe outro livro da mesma Chef chamado “Técnicas de Confeitaria Profissional”, voltado somente para este campo, o qual presumo que deve ter a mesma objetividade e o mesmo método até didático, se assim posso dizer, de passar o conhecimento contido no livro para o leitor.

Eu fico por aqui na seca por comprar ambos, rsrs, ou de repente achar alguma edição digitalizada. Só torço para não serem tão difíceis de se acharem quanto estão sendo os benditos Crocs!!! ¬¬